Ares de Outono em Montalegre

   Levar os olhos para pastar.

   Fartar os ouvidos de chilreios atrevidos

   a quebrar o silêncio que paira no ar.

 

  Levar meus medos para passear.

  Descuidar de mim.

  Saborear a vida que não aprendeu

  a  ameaçar.

 

  Encher os pulmões  com a paz que ali se faz.

  Deixar o aroma das amoras entrar.

  E ali me perdoar por me fazer ao mar.

  A alma da serra manda a brisa me acalmar:

 

  Não havia outro jeito.

  Era preciso estufar o peito.

  Aprender a voar .

  Volta!...

 

  Entre,  carvalhos, festas e  giestas

  vem festejar.

  Desata a cantar, a dançar.

  Como se nunca tivesses saído deste lugar.

                                            Lita Moniz