RUA NUA
Enquanto quero o que não quero,
estremece a corda livre da vontade!
Para o que vibra, vale apenas a alegria
Que esmorece mas não merece o fim do dia.
Mastigo a lida, sigo a caminhada todavia,
Tão serva, tào acostumada à roda viva!
Aqui, cada pedra atirada
Atinge a face aberta à palavra usada,
Na rua nua e abandonada.
Mas que seja a lua a coisa desarmada,
Ornada de beleza clara,
inchada de amores sem temores,
acostumada à coisa tola que é o sempre.
E este momento está de frente ao nada do mais nada,
que atormenta calma o soer:
A dor que dói, orientada a não doer!