RUA NUA

Enquanto quero o que não quero,

estremece a corda livre da vontade!

Para o que vibra, vale apenas a alegria

Que esmorece mas não merece o fim do dia.

Mastigo a lida, sigo a caminhada todavia,

Tão serva, tào acostumada à roda viva!

Aqui, cada pedra atirada

Atinge a face aberta à palavra usada,

Na rua nua e abandonada.

Mas que seja a lua a coisa desarmada,

Ornada de beleza clara,

inchada de amores sem temores,

acostumada à coisa tola que é o sempre.

E este momento está de frente ao nada do mais nada,

que atormenta calma o soer:

A dor que dói, orientada a não doer!

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 11/11/2016
Reeditado em 25/08/2019
Código do texto: T5820668
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