SUPERLUA
Foi o que consegui desta superlua!
Assim borrada, feita de camadas de conceitos,
Deitada assim no sem leito, suposto infinito,
ou finito?
Lua grande, redonda e morna
A sorrir ou gargalhar
De meu encanto ou desencanto!
Lua, vai embora,
Esconde-te,
Fica serena na sombra,
Refaz em ti o rubor,
Deixa de ser descarada!
Respeita em mim a sorte desenhada,
O fim dos dias,
A morte anunciada,
O leite, que derramado,
Rescende o aroma podre do guardado,
Que, por isso mesmo, pede
Perfume, limpeza,
Beleza da via limpa!
Que brilhe a vida,
Que se façam a luzes em teu contorno,
E que vivamos, felizes,
Em teu redondo deslize!