O ANIMAL POÉTICO
Quanto tempo o tempo dura para surgir o amanha?
Então me perguntava, qual seria a finalidade do caos?
Quando acertávamos os nossos relógios
Sem saber quanto duraria um dia.
Quando, acontecer, do ser sair do centro da criação
Os animais vão querer o seu lugar na linguagem
Mesmo não estando mais na natureza da vontade
Cria roupagens entre pistas despistadas.
Nem laços, ruas, lembranças temos pelo mundo que víamos
O perscrutador do mundo não tem mais os mundos perdidos
Havia um pai da aquela família, onde nos escrevíamos
E o passado passou entre tempos divididos.
E todo tempo nos perguntávamos se havia outras antípodas
Enquanto a alma era prisioneira da visão de outrora
E nem pensávamos que não estávamos sozinhos
Embora nos comunicassem direto com o invisível.
Havia um lugar em que nem um ponto conhecia a luz
E nesses esconderijos os olhos desconheciam aos abismos
Entre reinos escondidos dos animais sem mitos a contar
A fonte que os criou dos véus sem imagens somos.
De Poeta das Almas - Fernando Henrique Santos Sanches