A maldição do dinheiro

Desde que gente é gente

E resolveu taxar o bicho

Estipulou valor com capricho

Em todo bem aparente

A humanidade vã desandou

Ninguém respeita parente

Amigo, chegado e aderente

Perdeu o verdadeiro valor

Uns valem menos que nada

Por tua serventia patente

Outros com interesse latente

Poucos tostões valem cada

De tempos em tempos a frente

Surgem cá falsos salvadores

Prometem sanar os dissabores

Desse ademais povo carente

E quem não sabe a brisa

Quando se põe de torrente

Quererá brincar de gerente

Magarefe em nossa vida

Se o chicotear não se conjugar

O maldito dinheiro é benemerente

Escraviza o pobre onipotente

Em sua necessidade singular

Um prato de arroz vira iguaria

Um saco de cimento vira presente

E o pobre aferrolhado em corrente

Trairá tua desvirtuada confraria

A eleição que se vai num segundo

Não fará bom feitor de repente

Mas a ferro marcará permanente

Revelando um judas ao mundo

Dinheiro que paga o colchão

Não paga o sono ascendente

Haverá o dia de cobrar retidão

E dinheiro não compra antecedente

Carlos Roberto Felix Viana

CarlosViana
Enviado por CarlosViana em 03/10/2016
Reeditado em 20/05/2017
Código do texto: T5779918
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