A maldição do dinheiro
Desde que gente é gente
E resolveu taxar o bicho
Estipulou valor com capricho
Em todo bem aparente
A humanidade vã desandou
Ninguém respeita parente
Amigo, chegado e aderente
Perdeu o verdadeiro valor
Uns valem menos que nada
Por tua serventia patente
Outros com interesse latente
Poucos tostões valem cada
De tempos em tempos a frente
Surgem cá falsos salvadores
Prometem sanar os dissabores
Desse ademais povo carente
E quem não sabe a brisa
Quando se põe de torrente
Quererá brincar de gerente
Magarefe em nossa vida
Se o chicotear não se conjugar
O maldito dinheiro é benemerente
Escraviza o pobre onipotente
Em sua necessidade singular
Um prato de arroz vira iguaria
Um saco de cimento vira presente
E o pobre aferrolhado em corrente
Trairá tua desvirtuada confraria
A eleição que se vai num segundo
Não fará bom feitor de repente
Mas a ferro marcará permanente
Revelando um judas ao mundo
Dinheiro que paga o colchão
Não paga o sono ascendente
Haverá o dia de cobrar retidão
E dinheiro não compra antecedente
Carlos Roberto Felix Viana