PELA NOITE

Andando por atalhos das reservas,

Ela ingere os rumos desvairados do sabor,

Na língua estranha do letal prazer,

Descreve os sons em tons de azul.

Cicuta, arsênio e cianeto

derramam-se implacáveis pela noite,

Qual licor doce e cru do vão desgosto

Rescendem alegria e poesia!

Poesia que mata e morre a cada dia,

Poesia dura e fácil da certeza

De que a beleza,

Antídoto irreal do amargor,

compensa cada vida e cada dor.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 26/09/2016
Reeditado em 14/12/2016
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