PELA NOITE
Andando por atalhos das reservas,
Ela ingere os rumos desvairados do sabor,
Na língua estranha do letal prazer,
Descreve os sons em tons de azul.
Cicuta, arsênio e cianeto
derramam-se implacáveis pela noite,
Qual licor doce e cru do vão desgosto
Rescendem alegria e poesia!
Poesia que mata e morre a cada dia,
Poesia dura e fácil da certeza
De que a beleza,
Antídoto irreal do amargor,
compensa cada vida e cada dor.