INSPIRAÇÕES
Sempre que a inspiração
vem do nada, compro
algumas brigas com a razão.
Não me parece imperioso buscar
motivação em flores.
Menos ainda em amores passados.
Quiçá, em futuros, que são só espectros.
Sei que surge assim, como uma fome
de juntar palavras que satisfaçam
o apetite de escrever.
Verdade que não me empanturro
de diabéticas imagens, nem de anoréxicas
lógicas de vida.
Entendo que o equilíbrio seja oportuno
nessa contenda entre mente e mãos.
Poesia não tem tempo pra picuinhas.
Ela vive, sim, de liberdades.