AMOR IMPRÓPRIO

Dilataste o teu flanco e formaste o deserto,

mas não vias o quanto avançavas tão fundo,

garimpavas um mundo pra ninguém te achar

e agora te perdes aos teus próprios olhos...

Conquistaste o vazio e do mesmo estás cheia,

diluíste o melhor das verdades mais férteis,

o teu chão está seco e rachou aos teus pés

onde a veia do sonho sangrou sobre o nada...

Teu amor ao espelho se quebrou por dentro,

tua fé no teu ego falhou ante a vida,

no desvão da ferida sulcada em teu eu...

Teu opróbrio é teu próprio desvão de caráter;

esse teu fanatismo por quem julgas ser

e não és a não ser que não sejas real...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 29/08/2016
Código do texto: T5743832
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