NADA

Muitas vezes ensaio reaver teus olhos,

uma breve atenção que sinalize um sim,

que me chame do fim para novo começo

e me deixe feliz por pensar que já sou...

Logo acordo e me vejo tão fora do sonho,

tão real no vazio, tão corpo sem alma,

ponho todas as forças num sono forjado

pra dormir pro que sinto e me livrar de mim...

Nada salva esta nau à deriva no ermo

de qualquer esperança, de alguma utopia

menos vaga e vazia dentro do meu ser...

Se remar é preciso não é neste caso;

tenho rumo impreciso na fuga traçada

que me leva pra nada em busca de ninguém...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 22/08/2016
Reeditado em 22/08/2016
Código do texto: T5736501
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