GUIA DOS CEGOS
É de dentro que moram os mais profundos mundos
Cegar os olhos abriu a visão do ver a origem
Que antes não se via no entrave do erro
Cego na precisão da sensação de ver como se é.
Um sol claro entre sons que não se faziam ouvir
Abri meus olhos, ouvia em si mesmo acumulado,
Na pele da fantasia vestida no indizível sensível
Semi -visto de uns olhos que tinham se perdido.
Esquecidos, mudos em paredes em branca vistas,
Fazia-se ouvir a mais por si mesmo a verdade
Guia, captura sua metade, estrutura o inaudito.
Onde o sentido sonhando cria a realidade vista.
Atravessa a ausência imaginária do real do ser
Não sem guardar no peito o que não pode dizer
Sem se reconhecer na sombra do sentido
Esfregando os olhos pelas mãos do saber.
De Fernando Henrique Santos Sanches
Poeta das Almas