Alma das Perseveranças

Amiga de minha vida,

Companheira de minha alma

Rumo do rio que procura o mar,

Flor do sedento colibri

Farol dos náufragos esquecidos,

Eu quero cantar para ti

Como as flores se fecham depois que o sol se vai

Minha canção silenciada de muitos séculos,

Um poema de sincera e recatada gratidão,

Te entregar as três primeiras batidas de meu coração...

Ah, minha amiga, nestes tempos de suspensão

Sorver o calor de teu abraço e braços

É como encontrar um sentido quando nenhum pensamento tem sentido algum,

Pois a poesia, que foi barrada por esses quadros,

Tem encontrado dificuldades também

Para beijar corações e mãos, e olhares...

E tudo que ouvimos e vemos

Carrega em si ameças apocalípticas,

E o urro das bestas modernas sobem de todos os lugares...

Então, referência de minha razão,

Canto a canção do dia que amanhece,

Vinda das sinfonias que regem as estrelas distantes,

Plena de elegias fluídas da noite que tudo sorve...

Eu também escrevo por longos momentos canções nas linhas do vento,

Que se postam como faróis em tormentas a quem não tem sentido,

Flores que racham duras pedras,

Um começo naquilo que inexoravelmente se acaba...

Minha querida,

Alma das perseveranças

Obrigado por tanto me amar...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 15/07/2016
Reeditado em 06/08/2016
Código do texto: T5698555
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.