Alma das Perseveranças
Amiga de minha vida,
Companheira de minha alma
Rumo do rio que procura o mar,
Flor do sedento colibri
Farol dos náufragos esquecidos,
Eu quero cantar para ti
Como as flores se fecham depois que o sol se vai
Minha canção silenciada de muitos séculos,
Um poema de sincera e recatada gratidão,
Te entregar as três primeiras batidas de meu coração...
Ah, minha amiga, nestes tempos de suspensão
Sorver o calor de teu abraço e braços
É como encontrar um sentido quando nenhum pensamento tem sentido algum,
Pois a poesia, que foi barrada por esses quadros,
Tem encontrado dificuldades também
Para beijar corações e mãos, e olhares...
E tudo que ouvimos e vemos
Carrega em si ameças apocalípticas,
E o urro das bestas modernas sobem de todos os lugares...
Então, referência de minha razão,
Canto a canção do dia que amanhece,
Vinda das sinfonias que regem as estrelas distantes,
Plena de elegias fluídas da noite que tudo sorve...
Eu também escrevo por longos momentos canções nas linhas do vento,
Que se postam como faróis em tormentas a quem não tem sentido,
Flores que racham duras pedras,
Um começo naquilo que inexoravelmente se acaba...
Minha querida,
Alma das perseveranças
Obrigado por tanto me amar...