ARMA BRANCA

Já depois de uma vida não sabes quem sou;

tens um olho em meus olhos, outro no talvez,

quando chego e me dou às tuas atenções

e não conto até três para fechar os olhos...

Vejo quanto esbanjei o meu tempo em afetos;

fui solícito, exposto e desarmei meu ser,

para ser transparente, suave, sem véu

onde os vetos do mundo faziam fumaça...

Lá se vai uma vida e não me gabaritas;

na verdade nem tiras uma nota honrada;

quase nada conheces de minhas questões...

A minh´alma; meu corpo; tudo quanto expunha

para ser o teu livro de leitura franca

se tornou arma branca e me feres de mim...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 07/07/2016
Código do texto: T5690411
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