O SAGRADO

Estou no agora, quase perdida,

no céu,

ardendo de azul.

Quero ficar,

Ignorando o relógio

Que come com boca doce

Os ossos da letargia,

E que, faltando,

Cria o medo

do fugir do cada dia.

Quero ficar aqui,

No hoje, com pés molhados,

Louca, de olhos mansos,

Braços abertos em cruz,

Esperando seu regresso.

Perdida em branco remanso,

Sem desejos, sem vontades,

Entendendo todo o nada

Que faz a vida sagrada.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 04/07/2016
Reeditado em 12/10/2017
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