O SAGRADO
Estou no agora, quase perdida,
no céu,
ardendo de azul.
Quero ficar,
Ignorando o relógio
Que come com boca doce
Os ossos da letargia,
E que, faltando,
Cria o medo
do fugir do cada dia.
Quero ficar aqui,
No hoje, com pés molhados,
Louca, de olhos mansos,
Braços abertos em cruz,
Esperando seu regresso.
Perdida em branco remanso,
Sem desejos, sem vontades,
Entendendo todo o nada
Que faz a vida sagrada.