INVENÇÃO

O amor tem às vezes mão pesada,

Dá voltas no escolher o seu caminho,

Finge não ler lábios calados,

Tenta parecer indiferença,

Ou juiz duro nas sentenças.

Mas o amor ama, a cada dia,

A manhã, a tarde, a noite, a madrugada,

A esperança vaga em olhos limpos,

Abertos e que não veem quase nada.

Não quero o amor

E quero o amor.

Contradição!

É o que me vale

e o que me não vale,

o morno caldo

da abraçada aflição.

Não seja tolo,

Essa ferida é inventada,

Não há o amor,

Não há a dor.

No raso d'água,

flutua a espera verde,

falsa, sombra inventada.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 25/06/2016
Reeditado em 16/08/2017
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