E de um sorriso surgiu a distância e o trovão
Parei para ouvir a música que me chegou,
e então uma tonelada de imagens começou a bailar em minha visão,
vi velhos e flores na mesma nota
e de um sorriso surgiu a distância e o trovão...
Foi então que a voz de minha avó ecoou pela primeira vez,
e ela dizia que na linha da vida também existia a morte,
e pedia que tivesse esperança,
porque Deus de todos cuida...
"Ah, meu filho, quando o fim chegar, vá mais adiante, nunca chega o acabou..."
Ela me deu o anzol que pescam peixes no ar,
e eles caíam no chão nebuloso,
foi então que sentir que afundava naquele pântano,
E estendi a mão para o ser que me pegou...
"Ser azulado, porque não te reconheço e ao mesmo tempo sei que te conheço?"
E ele disse, te lembrarás...
e então vi que a ponta do pincel grafava uma nuance do arco-íris,
e a minha mão era sol de mim,
como se bailasse ao som de uma nova sinfonia,
em que a voz dos rios é que emergiam do silêncio,
trazendo junto a agonia dos afogados...
A música zunia, distanciava-se e voltava,
como se as corda fossem longas molas que movimentam as galáxias,
nem existe matemática para tanto,
e quando dei por mim
meus olhos estavam em pranto...
É que vi que ninguém ouvia,
e o sol que eu peguei
jamais se revelará...