Fabri(ca) de sentimentos
Do diário... Das coisas boas que ficam, extraí esse diálogo imaginado, mas não concretizado.
Das tantas bobagens desse mundo caótico, o amor puro, internalizado; para o além túmulo, mas não para o esquecimento - posto que tão bem fez e faz, quiçá também para o ser amado! Pois é, nunca se sabe...
Há quanto tempo penso
E penso
Na pureza contida no desejo
Das coisas que almejei
E soprei ao vento
Que te dissesse
Que te empurrasse
Que te felicitasse
Do (hoje sei ser platônico),
Amor puro que te idealizou
Tão e tão distante
-Talvez até da realidade...
Mas, pela sua própria natureza,
Foi mantido assim, no seu lugar.
Incólume.
Protegido pelo acaso e
Pelo distanciamento do próprio ser amado!
Do azul dos olhos,
Até a personalidade heróica
Existiria você?
Como se isso importasse...
Há tanto tempo que sinto
E não sei explicar
Algo que aquece
O coração aquiesce
E penso, e penso
Como pode tal delírio?
Não, não me acho digno!
Reluto, mas aceito
Dada a pureza do presente
Que se estende, expande,
É crescente!
Existo, e existi, sempre
Se importa, não sei
Mas sempre existirei
Aqui. E só aqui. Pra você.