DESEJO
Por que ter
o rosto, calma e alma
na palma da mão?
Na face, impresso o véu da tristeza,
camufla-se a identidade
exigida pela vida.
No seu casulo,
o sopro se tinge de rosas,
folhas verdes
e perfumes amenos.
Querer o escuro da noite,
sem medos.
Querer o andar livre,
sem redes.
Querer o voo quase,
sem asas.
Imprecisas vontades inscritas
nos olhos do outro,
Que esquisito mas bonito,
impõe sua vontade
nos anúncios do jornal
pobre do dia!
Deixa minha alma quieta para errar,
deixa minha voz pouca para desafinar,
deixa meu peito cercado para sufocar.
Na terra, o fermento da vida
há de soprar
o gás louco de
inflar o balão
para o ar,
para o mar,
para o deserto
limpo do findar.
para o ar,
para o mar,
para o deserto
limpo do findar.