DESEJO

Por que ter

o rosto, calma e alma

na palma da mão?

Na face, impresso o véu da tristeza,

camufla-se a identidade

exigida pela vida.

No seu casulo,

o sopro se tinge de rosas,

folhas verdes

e perfumes amenos.

Querer o escuro da noite,

sem medos.

Querer o andar livre,

sem redes.

Querer o voo quase,

sem asas.

Imprecisas vontades inscritas

nos olhos do outro,

Que esquisito mas bonito,

impõe sua vontade

nos anúncios do jornal

pobre do dia!

Deixa minha alma quieta para errar,

deixa minha voz pouca para desafinar,

deixa meu peito cercado para sufocar.

Na terra, o fermento da vida

há de soprar

o gás louco de

inflar o balão

para o ar,

para o mar,

para o deserto

limpo do findar.

para o ar,

para o mar,

para o deserto

limpo do findar.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 29/05/2016
Reeditado em 30/05/2016
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