APOCALÍPTICO
Precisamos cortar as unhas
Para, politicamente corretos estarmos:
Unhas limpas e coração oco para o o dia florescer.
Mas as unhas crescem num movimento independente,
E cabelos e unhas compõem o monstro que persiste,
Apesar das roupas, dos hidratantes.
O Rei está nu com seus súditos cegos.
O dia está nu, com seu calor fatigante.
Tarde e noite nuas gritando de frio lastimante.
A ridícula dança
das cores de olhos e peles,
Desejos e ânsias.
Quem virá? Entre nuvens virá.
Olhemos para o alto instante
que, em curva,
Uiva.