O CONTRADITÓRIO OBLÍQUO
Ai de mim! Se nascer sem ser o despertar
Quantas voltas ate tornar aurora
Retorna os augúrios! Voa pelo vasto céu
A alma sem relógios com os universos.
Ai de mim! Voltar onde morri ao ser outro
As vontades alardes! O receio do medo
Os esconderijos que finjo
Ao me ver sem entrever.
Pensar que ser o rei sem roupas é escutar fantasmas
Escrever em outro muro, alimentar as ervas do porão.
Enquanto há tempos, desertos na imaginação.
Voltam esse personagem em volta de minha cama.
Reinar sem governo, desposar as imagens do pensamento.
Dessas terras incógnitas, em que o sol fala a viagem.
Ralhando o raiar das involuntárias passagens
Ao mundo desconhecido da razão de outrora.
De. Fernando Henrique Santos Sanches - Fernando Febá O Poeta das Almas