RIMA POBRE

Tão vassalo, tão senhor!

Tão súdito, tão rei!

Tão proletário, tão burguês!

Tào socialista, tão capitalista!

Os sentimentos votam e se revoltam

nas volutas clandestinas

que animam cada dia.

"Tudo é nada, ilusão..."

diz Menotti, digo eu,

enquanto a natureza

tão divina,

só conta com toda beleza

da violência

escandalosa

que faz nascer cada rosa.

Amor, dor, flor,

Calor, pavor, cor!

Rimas pobres,

consumidas

em verso louco

de valor pouco.

Mas santo o nome do simples

que descobre na planura

um rio longo

de doçura.

E que se dane a poesia

que não quiser ser soberana.

Pouco vale.

Então...

que se cale!

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 11/05/2016
Reeditado em 24/10/2017
Código do texto: T5632761
Classificação de conteúdo: seguro