INDEFINIÇÃO

Vejo-me diante de tantos caminhos

Para escolher... Que nem vou mais tentar.

São tantos meus amigos – meus vizinhos,

Doutores, mestres, e o pessoal do bar...

Escrevo pra quem ler. Seja erudito,

Seja o porteiro, e até o mendigo errante.

Escrevo, pois, pra quem achar bonito,

Quer seja culto ou seja um ignorante.

Quero rimar – e quero, em versos brancos,

Sem métrica e sem tônica, ir a esmo.

Por isso, eu fico versejando aos trancos,

E, sem saber compor... Sai assim mesmo.

Nem sempre é necessário ser profundo

Para falar direto ao coração:

O poeta deixa um pouco de seu mundo –

Só vê quem lê com olhos de emoção.

Até no humor, que em letras eu destilo

– Ora sutil, por vezes escrachado –,

Acusam-me da falta de um estilo.

Se até pra rir tem regras, quanto enfado!...

Assim, não se surpreenda a cada idéia

Que expresse em gíria ou bom vocabulário:

Serei mais culta e nobre – ou mais plebéia,

Vai depender do meu humor diário...

12/07/2007

Mauren Guedes Müller
Enviado por Mauren Guedes Müller em 12/07/2007
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