O TEMPO E A DOR
Parece que o tempo deixou de passar.
Agora, só lava a alma e os detritos
da vida a dois. A três por quatro,
perde-se em questões quânticas.
Sem sentido, ocupa espaços vazios e não
poupa críticas a telescópios espiões.
Nega sua origem e diz não existir.
Nem se importa mais com energias,
atrações e emoções do mundo cósmico.
Sobrevive, sem mágoas, das epopéias.
Na invocação de divindades, clama por
Chonos, que o abandona e o deixa à mercê
das limitações da vida mortal.
No silêncio da dor. Da própria dor.