FALSA PRECE

Não cabe neste dia qualquer

fantasia que se deite na verdade do poema,

que cante a alegria

e um pouco de tristeza disfarçada de

poesia.

No peito aberto arde o vazio de parênteses

Abraçando o nada.

E as reticências estão aí

a dizer tudo ou qualquer coisa,

como orações decoradas

vibrando na nave central do sentir.

Nos altares emudecem

as imagens do sagrado saber,

envoltas no manto de sombras

que desenham para meus pés

o caminho de fugir.

Amém.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 27/04/2016
Reeditado em 03/07/2020
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