FALSA PRECE
Não cabe neste dia qualquer
fantasia que se deite na verdade do poema,
que cante a alegria
e um pouco de tristeza disfarçada de
poesia.
No peito aberto arde o vazio de parênteses
Abraçando o nada.
E as reticências estão aí
a dizer tudo ou qualquer coisa,
como orações decoradas
vibrando na nave central do sentir.
Nos altares emudecem
as imagens do sagrado saber,
envoltas no manto de sombras
que desenham para meus pés
o caminho de fugir.
Amém.