POR QUERER

Eclipsam o sol luas tão suaves,

firmes em seu canto de lucidez.

Nas duras sombras,

neste dia de soltar as mãos,

perece a menina da menina,

que obrigou-se calada à sua sina.

E efervescente modo de soar e crer

pontua a voz em voos simples e claros,

dizendo ao ar, ao fogo, à terra, à água

que amplia o canto este querer dizer!

Vai devagar e de vagar encontra o elo,

retorna ao mundo pisando firme o tempo,

pois é hoje o dia de todos os dias

Que, sem dias dúbios , ser resultante é belo.

E, em surpresa,

voa sem asas,

canta sem voz,

rejeita do gênio os três pedidos

e, em terra ausente,

faz nascer a relva.

O desejar fermenta o todo,

o estar aqui, ali e onde puder,

(escolhas todas da vontade solta),

deixa-a limpa,

liberta, de alma nua,

sem quaisquer amarras ,

sem impedimentos de vontade outra

que não seja a sua.

,

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 25/04/2016
Reeditado em 26/09/2017
Código do texto: T5616040
Classificação de conteúdo: seguro