POR QUERER
Eclipsam o sol luas tão suaves,
firmes em seu canto de lucidez.
Nas duras sombras,
neste dia de soltar as mãos,
perece a menina da menina,
que obrigou-se calada à sua sina.
E efervescente modo de soar e crer
pontua a voz em voos simples e claros,
dizendo ao ar, ao fogo, à terra, à água
que amplia o canto este querer dizer!
Vai devagar e de vagar encontra o elo,
retorna ao mundo pisando firme o tempo,
pois é hoje o dia de todos os dias
Que, sem dias dúbios , ser resultante é belo.
E, em surpresa,
voa sem asas,
canta sem voz,
rejeita do gênio os três pedidos
e, em terra ausente,
faz nascer a relva.
O desejar fermenta o todo,
o estar aqui, ali e onde puder,
(escolhas todas da vontade solta),
deixa-a limpa,
liberta, de alma nua,
sem quaisquer amarras ,
sem impedimentos de vontade outra
que não seja a sua.
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