SUSPENSÃO

Deixarei que te gastes no próprio silêncio;

na distância e no muro que arbitras erguer,

porque sei me perder de qualquer utopia

que liberte a minh´alma de afetos em vão...

Ganhas tempo perdido engenhando esse adeus

tão aos poucos, tão cheio de sombra e vazio,

pois os meus desenganos há muito entenderam

e meu brio ferido acatou a sentença...

Sofres mais do que sofro, por seres omissa;

pela missa, o velório que não têm sentido

quando só a franqueza te libertaria...

Sei calar o que sei, pra que sigas em paz

não tão paz nessa guerra que travas no fundo;

tirarei o meu chão do teu mundo suspenso...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 18/04/2016
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