EM BUSCA

E, como tudo era mentira,

Ela virou o cesto que continha o primeiro de abril

e deixou escorrer a baba grossa do tempo que teve.

Faria a compota de novo?

De novo...

Sem açúcar.

Faria com mel, gengibre, pimenta vermelha

e de costas para a porta.

Venda, mordaça, tampões nas narinas e ouvidos.

E nua.

Táctil... para vestir-se só de vento,

o fruto do choque frio/quente.

A poção guardaria nos cristais

soltos no ar balouçante de seu quereres.

Os lembrares abateria na praça,

certa de que nenhum sangue verteriam

sobre a grama azul

do fim desse dia que nunca mais seria.

Ato feito, dormiu.

Sonhou que,

como tudo era mentira...

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 03/04/2016
Reeditado em 25/05/2016
Código do texto: T5593973
Classificação de conteúdo: seguro