EM BUSCA
E, como tudo era mentira,
Ela virou o cesto que continha o primeiro de abril
e deixou escorrer a baba grossa do tempo que teve.
Faria a compota de novo?
De novo...
Sem açúcar.
Faria com mel, gengibre, pimenta vermelha
e de costas para a porta.
Venda, mordaça, tampões nas narinas e ouvidos.
E nua.
Táctil... para vestir-se só de vento,
o fruto do choque frio/quente.
A poção guardaria nos cristais
soltos no ar balouçante de seu quereres.
Os lembrares abateria na praça,
certa de que nenhum sangue verteriam
sobre a grama azul
do fim desse dia que nunca mais seria.
Ato feito, dormiu.
Sonhou que,
como tudo era mentira...