LIBERTAÇÃO

Do caminho sair,

ir para qualquer lado da vida transfigurada

em luz rosa e verde

e quase morta de sede.

Vípera língua da noite!...

Alumbrada de sombras neutras,

brilhos pequenos, fortes de dizeres,

Valsa rasa nos passos leves.

Música em palmas estendidas

segurando no alto

o assalto da emoção perdida.

Chaga intata,

sangue morto avermelhado de poeira.

Aquarela...

diluída cor da dor,

do terror do por de sol.

Abraço o esquecimento,

aquecimento,

quero o cimento

do calar.

Muda estarei para a tempestade,

para as verdades

únicas e não reveladas,

secas,

para as mãos crispadas.

Dedos, soltai as amarras,

libertai com cores as dores

da manhã, da tarde, da noite,

do fardo do resto da vida.

Atirem, mistérios, na dor constante,

Atirem na cor gritante

E a façam azul e rosa e verde

Para isentar de ferida

o tudo, o nada,

o mistério do cada da vida.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 31/03/2016
Reeditado em 15/12/2017
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