pular ou não pular, eis a questão!
Certa tarde quando fazia um céu escuro no horizonte, estive a beira de um precipício sheasperiando um pouco: "pular ou não pular, eis a questão". Era um daqueles dias chuvosas e eu discutia essa "questão" com as vozes do bem e do mal dentro da minha mente. Ouvia Etta James no celular e bebericava vinho seco numa garrafa de santomé...
Estávamos só, eu e minha existência. Coexistindo com as pedras, com o orvalho, com a mata ao redor (clichê)... Perdidos no vazio. O mal tempo soprando vento na minha orelha. A vida acontecendo comigo e sem migo. Pois é sabido que ela acontece, mesmo para quem não pense sobre o assunto. Tudo está em constante movimento. Até quando muito parece estar parado. As coisas progridem. Evoluem. Decaem. Desde a parede que descasca sua tinta milímetro a milímetro, dia após dia, ao homem que envelhece um pouco mais a cada segundo, ao descer uma rua tagarelando pensamentos dentro de sua cabeça.
Estávamos só. Eu, meu existir, esse caderno e caneta que uso com o mesmo desígnio de quem toma calmantes.
"Pulo ou não pulo"
Ter a consciência do quanto sou egoísta e que tudo poderia ser pior não diminui meu sofrimento...
"pulo ou não pulo"
Faça o seguinte, tome mais um gole do vinho e esqueça a dualidade.
Simplesmente não escolha. Viva!