Ela, ela, ela
Todas as vezes que ela se vai, eu entro em desespero. E ela sempre desaparece de mim, assim, sem dar qualquer explicação, me deixando aqui, perdido, sem saber o que fazer da vida. Geralmente é dessa forma que acontece, eu nunca sei de onde ela vem e nem para onde ela foi. E quando ela some, não adianta chamar, implorar aos Deuses que volte, ela não tem compaixão pelo meu sofrimento.
Ao mesmo tempo que a amo intensamente, eu também a odeio por estar sempre me abandonando desse jeito.
Até tento, mas não sei viver sem ela. Preciso dela para me sentir vivo. Só ela pode me ajudar a ser ouvido. Só ela me aguenta. É através dela que posso falar, desabafar, choramingar minhas dores...
Como disse, não sei como a deixo escapar, só sei que de repente, como num passe de mágica, ela não está mais aqui do meu lado. Talvez a culpa seja minha, por não trata-la como ela merece. Ou quem sabe, a culpa seja dela, por não vir a mim com mais intensidade.
Para onde foi a inspiração dessa vez?
Oh, musa infiel!