Quem sou ele?
Quem sou eu? Sou o que penso ser? Sou o que pensam de mim?
Eu me vejo? Eu me enxergo? Eles me veem? Eles me enxergam?
Quem sou eu? Sou o que pretendo de mim? Sou o que eles pretendem de mim?
Sou realmente o que penso de mim mesmo?
Eu me encaro no espelho e não me enxergo. Vejo apenas o silêncio de um rosto besta refletido que nunca me dá qualquer explicação. Bom seria poder soltar de dentro daqui para observar esse suposto outro eu do lado de fora.
Quem é ele?
Eu o reconheceria?
Quem sou ele?
Logo ali, do lado esquerdo para quem está indo, e direito para quem está vindo, a margem da única avenida que dá acesso de entrada e saída do bairro onde moro, existi um brejo descampado com um relva rasteira a se perder de vista, linda de se ver pelas manhãs. Hoje mesmo percorri meus olhos por ele e senti vontade de caminhar sobre toda aquela paisagem, assim como fez jesus sobre as águas.
Esse é o que sempre espero de mim.