VOZ
Guardadas palavras.
O ouro do sonho
Foi rabiscado.
O além é visto no muro
Desenho grafite forjado
De civilizada postura.
Não falo.
Desejem-se...
Amando o verbo,
Agarro meu querer
De saber, poder, dever
Fazer a rua aberta de minhas garras.
Ouvida a ária,
A pele encolhe em arrepiado dizer.
Poupem minhas palavras de serem juiz
de batalha vencida por ninguém.
A floresta move-se no escuro
Caminha para salvar seus tesouros,
O rio, o fio de vida quase perdida,
Escorre por entre as dedos dos pés feridos.
Sangue fendido entre
Vitórias régias almas
De só quererem viver entre palavras.
Vírgula fracionada dos dizeres inúteis,
Mas tão densos de não
Que farão acender a madrugada
Bem antes de o SOL nascer.