VOZ

Guardadas palavras.

O ouro do sonho

Foi rabiscado.

O além é visto no muro

Desenho grafite forjado

De civilizada postura.

Não falo.

Desejem-se...

Amando o verbo,

Agarro meu querer

De saber, poder, dever

Fazer a rua aberta de minhas garras.

Ouvida a ária,

A pele encolhe em arrepiado dizer.

Poupem minhas palavras de serem juiz

de batalha vencida por ninguém.

A floresta move-se no escuro

Caminha para salvar seus tesouros,

O rio, o fio de vida quase perdida,

Escorre por entre as dedos dos pés feridos.

Sangue fendido entre

Vitórias régias almas

De só quererem viver entre palavras.

Vírgula fracionada dos dizeres inúteis,

Mas tão densos de não

Que farão acender a madrugada

Bem antes de o SOL nascer.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 17/03/2016
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