E eu disse talvez
Tudo bem, meu bem.
Estou completamente ciente de que meu cabelo não é muito bom.
Mas, acredito que na cabeça, falo dentro dela,
No cérebro para ser um pouquinho mais especifico,
Existem certos pensamentos, certas ideias,
Certos sentimentos que talvez valessem a pena.
Eu disse talvez...
Está certo,
Meu rosto não é um dos mais belos.
Não causa as melhores impressões,
Mas, por detrás dessa minha face queimada de sol,
Você certamente encontraria alguma beleza.
Meus olhos não são azuis, nem verdes, não lembram diamantes,
Porém é através deles que transformo, quando posso, o invisível em poesia.
Eu entendo também que essas minhas mãos não compõem os melhores versos,
Nem pilotam automóveis maneiros,
Não contam notas de cem,
E geralmente erguem os dois dedos do meio para o “sistema”.
(Entendo como isso já soa batido. “As velhas ideologias moribundas”).
Mas, essas mãos são mãos carinhosas, que tanto podem acariciar,
Quanto reerguê-la se acaso um dia viesse a cair.
Esse meu corpo nem sempre está vestido com roupas decentes aos olhos dos outros,
Nem é tão bem cuidado como deveria,
Mas, dentro dele, bem aqui, pulsa um coração sempre disposto ao amor.
Sei que as palavras que saem dessa minha boca cheia de dentes tortos,
São confusas, não trazem a confiança e a segurança de que você gostaria,
Mas, confesso que estou cagando e andando para uma vidinha medíocre e segura querida.
Existem certas vitorias benzinho, que talvez conviesse mais a derrota.
E eu disse talvez.