PASTO AFETIVO

Traio todas as notas do silêncio em mim,

pois me rendo aos teus olhos cravados nos meus;

é assim que me perco do velho equilíbrio

com que acho saber o que faço aqui dentro...

Há um eu movediço no abismo que trago,

quando a tua presença me faz recuar,

tem um vago sentido que paira na treva

do meu ar preguiçoso; meu cosmo secreto...

Eu me abro no quanto me fecho pra ti,

sou exposto à medida que tento não ser

e vencer o que vence a razão embotada...

Sabes como arrancar a confissão retida,

minha vida se torna o teu filme já gasto,

se me perco nos pastos da tua expressão...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 13/03/2016
Reeditado em 13/03/2016
Código do texto: T5572554
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