Escrito especialmente para as mulheres neste dia internacional atribuído a elas: metaforicamente, mulheres, homens e filhos.

O vento do tempo levou

As velhas árvores floreiam,
Por entre outras da mata,
Vêm os frutos, as sementes,
Semeiam o solo em cascata.
Germinam, saem para vida,
Sem adeus, sem despedida,
Cada um, cria sua duplicata.

 
E ficando para trás na mata,
Aquela que foi semeadora,
Espreita ao longe as crias,
Das quais, fora construtora.
Os galhos abalançam ao vento,
O caule, pouca seiva e alento,
Reluta para ser imorredoura.

Não é mais aquela construtora,
As raízes deram-lhe sustentação,
No tempo, combalidas pelo vento,
Por ferrugem, fungos e o pulgão,
Já não sombreia ao seu tronco,
Vem o vento e a açoita franco,
Deitando a velha árvore ao chão.

Rio, 07 de março de 2016
Feitosa dos Santos