HALO
Na chuva da tarde
Um arremedo de choro
nos olhos arde.
Tudo tem um ar de
nuvem falsa ,
halo em copa de árvores altas.
De lá , na ponta dos pés,
se atira em voo espiralado.
No impacto do pouso
o nada e o tudo rebrilham
na cantiga que chama.
A tarde responde.
De lado a lado,
o elementar de asas
e um fino frio me toma pelas
mãos.
E vou pelo caminho sem meio,
passando pela porta
aberta para a mágoa,
um tiro,
apelo do não.
E na boca o gosto é de vinagre.
Nào quero o falho tempo, a falha água,
Migalha reservada, sem toque de milagre.