HALO

Na chuva da tarde

Um arremedo de choro

nos olhos arde.

Tudo tem um ar de

nuvem falsa ,

halo em copa de árvores altas.

De lá , na ponta dos pés,

se atira em voo espiralado.

No impacto do pouso

o nada e o tudo rebrilham

na cantiga que chama.

A tarde responde.

De lado a lado,

o elementar de asas

e um fino frio me toma pelas

mãos.

E vou pelo caminho sem meio,

passando pela porta

aberta para a mágoa,

um tiro,

apelo do não.

E na boca o gosto é de vinagre.

Nào quero o falho tempo, a falha água,

Migalha reservada, sem toque de milagre.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 03/03/2016
Reeditado em 11/10/2017
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