OS CEGOS VEEM DEMAIS

Há um olhar que não se vê e que invade.

Uma prisão sem grades que ameaça

Uma irrealidade que o real não cala

Há uma coisa que não se objeta

Há um limite para conhecer o aparente

De estar tão obvio que o faz invisível

Calado no estupor que inibe

Tão perto que longe não se vê.

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Não se demora! O que há? Sentidos?

Conserva a dor o olhar do ponto fixo

Enquanto são restos e dejetos proibidos.

De um mundo caduco em redes adestradas

Informatizadas, sem informação processadas

Essa boca nem olha o que há no coração

Onde os rostos não conseguem ser.

Esse ódio que não interroga e nem diz

"Contradição não é religião que ensine"

A alma indaga a liberdade de olhar

Onde os olhos não conseguem ver.

De Poeta das Almas Fernando Febá

Fernando Henrique Santos Sanches Poeta das Almas

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 16/02/2016
Reeditado em 07/08/2018
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