OS CEGOS VEEM DEMAIS
Há um olhar que não se vê e que invade.
Uma prisão sem grades que ameaça
Uma irrealidade que o real não cala
Há uma coisa que não se objeta
Há um limite para conhecer o aparente
De estar tão obvio que o faz invisível
Calado no estupor que inibe
Tão perto que longe não se vê.
Escutar sua imagem mostrada
Não se demora! O que há? Sentidos?
Conserva a dor o olhar do ponto fixo
Enquanto são restos e dejetos proibidos.
De um mundo caduco em redes adestradas
Informatizadas, sem informação processadas
Essa boca nem olha o que há no coração
Onde os rostos não conseguem ser.
Esse ódio que não interroga e nem diz
"Contradição não é religião que ensine"
A alma indaga a liberdade de olhar
Onde os olhos não conseguem ver.
De Poeta das Almas Fernando Febá
Fernando Henrique Santos Sanches Poeta das Almas