O QUE BASTA

Quero a voz bastante.

Quero o respiro constante.

Quero o olhar atento,

o ouvir de alento quero.

Não quero sentir,

sob a pele arranhada,

o tato cuidado de avisos,

a vida rasgada de crivos,

a onda cortada de redes,

a dor duplicada de vezes.

Quero logo aqui,

ao longo do dia errante,

o desejo insinuante que

caminha , hesita, retorna.

Acerta o relógio, erra a hora.

Comando de vida,

ausente ferida.

O luar...lá longe...aberto.

Ninguém por perto.

Desperto...

Alto preço,

de assalto volto.

Ária no ar.

Voz solúvel

de cru sentimento.

Voz de alma

ungida para

aceitar.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 03/02/2016
Reeditado em 15/08/2018
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