O QUE BASTA
Quero a voz bastante.
Quero o respiro constante.
Quero o olhar atento,
o ouvir de alento quero.
Não quero sentir,
sob a pele arranhada,
o tato cuidado de avisos,
a vida rasgada de crivos,
a onda cortada de redes,
a dor duplicada de vezes.
Quero logo aqui,
ao longo do dia errante,
o desejo insinuante que
caminha , hesita, retorna.
Acerta o relógio, erra a hora.
Comando de vida,
ausente ferida.
O luar...lá longe...aberto.
Ninguém por perto.
Desperto...
Alto preço,
de assalto volto.
Ária no ar.
Voz solúvel
de cru sentimento.
Voz de alma
ungida para
aceitar.