GUERRA

Na banalidade da tarde,

As bombas explodem nos vales,

No quintal dos seres reais

Que querem a vida cabal.

Mas a mão humana do ser total

Ordena o fogo na grama rala

Que, tão ávida de ser, permite o mato

entre os dedos de seu ter,

Encanto doce do estro fútil.

Com o quase de si, que coisa se criará?

Lua, deposita em meus ombros a luz inútil

de teus contornos.

Quero de ti

A coisa tonta de teu ser de arte do universo

Feito de cor leitosa, neutra, cousa láctea.

Mata-me de luz aquosa e fácil.

Esgana-me com capim dourado do lá de dentro.

Amarra-me as mãos na inutilidade de teus dizeres

em cores, odores e rumores .

E, se preciso for,

Recria-me,

Matando em mim os teus horrores.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 23/01/2016
Reeditado em 25/01/2016
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