GUERRA
Na banalidade da tarde,
As bombas explodem nos vales,
No quintal dos seres reais
Que querem a vida cabal.
Mas a mão humana do ser total
Ordena o fogo na grama rala
Que, tão ávida de ser, permite o mato
entre os dedos de seu ter,
Encanto doce do estro fútil.
Com o quase de si, que coisa se criará?
Lua, deposita em meus ombros a luz inútil
de teus contornos.
Quero de ti
A coisa tonta de teu ser de arte do universo
Feito de cor leitosa, neutra, cousa láctea.
Mata-me de luz aquosa e fácil.
Esgana-me com capim dourado do lá de dentro.
Amarra-me as mãos na inutilidade de teus dizeres
em cores, odores e rumores .
E, se preciso for,
Recria-me,
Matando em mim os teus horrores.