A dama da meia noite.

Pela a estrada a fora,

entre a relva e a flora,
caminha em passos lentos
sobre a sombra do arvoredo;
coisa da imaginação.
Abrisa que toca seu corpo
não desvenda seus segredos
nem invade o coração.
 
Ela aos poucos se desvanece
como encerrar de uma prece,
pelos fins desta estrada,
um vulto de quase nada
são os mistérios seus,
suas marcas e pegadas,
ninguém sabe que fim se deu.
 
Ali na beira da mata,
na curva desta estrada,
sua eterna morada,
causos de vidas passadas,
um lugar bem quentinho,
abrigo do corpo seu,
espreitas um passageiro
em noites enluarada,
para fazer-se amor  seu.
 
Um casulo, uma vida que tece
um corpo que floresce
no iniciar dessa trama,
que seguirá para sempre,
um espírito descendente,
amando quando precisa,
punindo quando detém,
em momento urgente,
como um mandado de deus.
 
Pela estrada a fora,
jornada que vai ao longe,
no silêncio desta vida,
olhos fechados,
nada a ser definido,
nas profundezas da alma,
ela de corpo nu, lua de sangue,
logo quando tardia
ela chega radiante,
vestes rasgadas, seios desnudos,
saltados tremulante,
dança, gargalha em altos sons,
se apossa de corações
em beijos como açoites, é ela espirituosa;
Dama da Meia Noite.
 
(antônio herrero portilho) 
Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 11/12/2015
Reeditado em 23/11/2016
Código do texto: T5476791
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