LÁ FORA

Flanei pela cidade,

fui, sem mapa, até o marco zero,

lá, onde tudo foi e é.

Ausente de mim mesma,

Caminhei invisível por entre o silêncio da árvores,

o barulho dos carros, a dança dos passos.

Engoli um pouco do mundo,

Respirei um gole de vida,

Avistei os aromas dos gestos.

Na pele ardeu a vertigem do dia.

A inevitável água cantou seu morno hino.

A TV ficou em casa falseando a vida.

Na TV , cega companhia, calado calor.

Na TV, fiel maresia, dormência tranquila.

Na TV, guardada a luz, coberta fria

Fui pelas ruas em busca do zero ateu nulo,

o nada que deságua no vácuo sem dor.

Sem o corpo que de dor em dor busca

a perfeição que

busca a alma inteira,

liberta , própria.

Quem disse que inventar a vida é quero?

Quem disse que passar por outro é vero?

Quem disse que quem disse é mero?

Fiz um passeio,

receio!

Melhor retomar a lida,

Vida de permeio.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 23/11/2015
Reeditado em 23/11/2015
Código do texto: T5458522
Classificação de conteúdo: seguro