Pietá
Trago no rosto a expressão de Pietá,
Mãos vazias para mostrar
E no colo brotos de céus em desalinho;
Giro no mundo de chão molhado
Tropeçando no escuro do caminho.
Nem vultos de pontes unindo o sul ao norte,
Só o sopro do vento melancólico e forte
Fazendo a alma balançar.
Mas há de haver um ponto sagrado
Onde o mundo possa ser ancorado
E viver em harmonia
O sonho pela vida sonhado.
Onde a semente germine
Onde a realidade sorri
E a vida, preciosa, se ilumine.
(Reeditado com alterações)