PELOS CORTES DA VIDA

É que a gente se foge de tanto fugir;

já não pode com nada, mas quer se poder;

nem quer mais se fundir ao que a vida forjou,

mas no fundo se toca; está toda fundida...

Nada pode salvar a quem o mundo pode,

pois explode no abismo de quem foi podido,

foi fugido e não foge do alvo da fuga

cuja rota lhe foge no fim da ilusão...

Quando a gente se arvora o mundo vem podar

pelos cortes da vida, pois a vida é poda;

uma roda cortante que o mundo não cega...

Ninguém pode poder o que pode sem fim,

apesar de fundida sei que a gente foge

pelo sim, pelo não, de ser o que não é...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 16/11/2015
Reeditado em 16/11/2015
Código do texto: T5450703
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