UM RIO QUE PASSOU EM NOSSAS VIDAS ou COMO ERA DOCE O MEU RIO
Como era doce o meu rio,
peixes vários a nadar felizes:
cascudos, pitus, curimbatás
tucunarés, lambaris, traíras. . .
Em suas margens vivia um povo,
até que as fezes da samarco,
mineradora que nada vale,
transformou o meu rio em fétido charco. . .
Morto o meu rio, aliás, o nosso rio,
os governantes nem assim acordam
políticos mergulhados em rios de lama,
apenas, com seus mandatos, preocupados. . .
Primeiro Mariana, depois Valadares,
Alpercatas e qualquer cidade que haja no caminho.
Choro pelos peixes mortos, pelos que estão sedentos.
Choro por esse rio que passou em nossas vidas. . .
- por José Luiz de Sousa Santos, em 15/11/2015 -