CLAREIRA

Ali, na clareira, na ciranda de árvores tão altas,

Não há água e flores não há.

Há pedras a um canto e espinhos:

Um berço esquerdo onde me deito.

E lá escrevo.

Escrevo porque quero e, se não quero,

Não escrevo.

Há uma névoa rala.

Há um aroma de grama.

Há um soluço inteiro,

que, às vezes, se parte

ao meio.

Nunca é dor de amor,

desses apaixonados,

É dor de fundo respiro

Que foi,sem cuidado,

logrado.

Em letras, levanto as mágoas

que por si apagam a dor

que,sintaxe matadora,

Assassina cada

Empate.

E bate

No arremate

de cada escape.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 09/11/2015
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