CLAREIRA
Ali, na clareira, na ciranda de árvores tão altas,
Não há água e flores não há.
Há pedras a um canto e espinhos:
Um berço esquerdo onde me deito.
E lá escrevo.
Escrevo porque quero e, se não quero,
Não escrevo.
Há uma névoa rala.
Há um aroma de grama.
Há um soluço inteiro,
que, às vezes, se parte
ao meio.
Nunca é dor de amor,
desses apaixonados,
É dor de fundo respiro
Que foi,sem cuidado,
logrado.
Em letras, levanto as mágoas
que por si apagam a dor
que,sintaxe matadora,
Assassina cada
Empate.
E bate
No arremate
de cada escape.