PERDA
Onde andas tu, magia?
Onde ando eu?
Nas letras de qual alfadizer
Tu te reténs
E me negas o prazer deste dia?
Cega-me a luz.
Atordoa-me o perfume.
Nauseia-me o sem sabor.
Ensurdecem-me as vozes.
Anestesia-me o frio.
Os sentidos me recolhem
em um não saber
o que há por trás da sombra
de sua formosura negada.
Adoeceram as palavras.
Ardem em febre,
sob as mantas do dia,
enquanto mantêm-me
no vale das sombras.
E morro desperta.
Ao longe,
a fronteira...deserta!