PRA SEMPRE NUNCA

Só me deixe saber que não ardo sozinho,

que meu fogo não queima sem oxigênio,

minha taça de vinho nem exala cheiro

e meus olhos não nadam num nada sem fim...

Saberei não deixar que o saber me domine,

guardarei o silêncio sobre a flor dos lábios,

pra manter os espinhos do corpo grelhado

entre sábios contornos deste sentimento...

Sempre fui prisioneiro do segredo exposto

ao seu rosto, seus olhos, ninguém, nada mais,

em discretas paisagens do mapa inseguro...

Nem lhe peço esse filme, somente umas cenas,

umas pontas amenas, remotas e vagas,

uma vaga no sonho do pra sempre nunca...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 04/11/2015
Código do texto: T5437396
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