ESCOLHO NÃO ESCOLHO
Há por trás de minha vontade, de minha escolha
Alguém que pretenda dizer-me que palavras usar?
Alguém reunindo os sons e colocando-os
no meu apontar de dedo?
Um ditado sem limites que transtorne minha pena
em doer sem pena?
Quando escaparam-me os acordes
Vieram do livre de mim,
De uma pontuação remota e incontente,
Chovendo sobre o papel qual granizo miúdo e
Prestes a derreter.
Escrevi ao tempo presente para cair em mãos diferentes.
E como já não é meu, fica sendo só seu.
Não tem cópia, nem
rascunho, nem
Memória registrada.
Veio desse lugar onde ando me escondendo
E fugiu em minha letra
Que estava há muito perdida
E de novo
Se perdeu.