SEM A NOITE
Sim, o jardim de Rosa carrega de sentidos o ar da manhã.
Removida a pedra Andrade, estendido o tapete transparente,
Irei em direção ao sol nascente, sem nunca lá chegar,
Já que o intento é caminhar.
Por ouvir o que ninguém falara,
Abrirei o dia enfeitando a campa,
Sem matar qualquer lembrança:
Uma vela de parafina, um antúrio falso.
O quanto baste para apaziguar a alma performada.
Encontrarei a luz na tarde!
Boia agora o silêncio qual pedra no feijão de João.
Sem soneto, sem chave de ouro, a tarde arde.
A tarde arde clara e simples, sem qualquer disfarce.
E juro, não haverá canto para a noite, não.