SEM A NOITE

Sim, o jardim de Rosa carrega de sentidos o ar da manhã.

Removida a pedra Andrade, estendido o tapete transparente,

Irei em direção ao sol nascente, sem nunca lá chegar,

Já que o intento é caminhar.

Por ouvir o que ninguém falara,

Abrirei o dia enfeitando a campa,

Sem matar qualquer lembrança:

Uma vela de parafina, um antúrio falso.

O quanto baste para apaziguar a alma performada.

Encontrarei a luz na tarde!

Boia agora o silêncio qual pedra no feijão de João.

Sem soneto, sem chave de ouro, a tarde arde.

A tarde arde clara e simples, sem qualquer disfarce.

E juro, não haverá canto para a noite, não.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 05/10/2015
Reeditado em 02/07/2020
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