NUNCA MAIS TAL SOL

No Girassol, na circular flor, há palavras quase coloridas

para quem tem o anjo eternizador cercando as rotas de fuga.

Morrer para durar...

A presente mão do terror estapeia a face atônita das horas do dia,

da noite.

Onde o intervalo entre esses dois tempos?

Entre o momento em que a flor cede espaço para a semente

e esta se rasga para conceder o fruto,

a sempre presente terra oferece seu convite de calor e apodrecimento:

- Volte ao pó, volte ao pó.

E a descomunal boca da eternidade expele seu hino:

- Venha a mim, olhos abertos para a luz eternal das flores e frutos de plástico.

Pode ir, aceite um ou outro convite. Não estará escolhendo nada.

Nem mesmo escolheu quem disse o

Viver, Sonhar, talvez não mais voltar.

É isso.

Assino.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 04/10/2015
Reeditado em 22/06/2018
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