NUNCA MAIS TAL SOL
No Girassol, na circular flor, há palavras quase coloridas
para quem tem o anjo eternizador cercando as rotas de fuga.
Morrer para durar...
A presente mão do terror estapeia a face atônita das horas do dia,
da noite.
Onde o intervalo entre esses dois tempos?
Entre o momento em que a flor cede espaço para a semente
e esta se rasga para conceder o fruto,
a sempre presente terra oferece seu convite de calor e apodrecimento:
- Volte ao pó, volte ao pó.
E a descomunal boca da eternidade expele seu hino:
- Venha a mim, olhos abertos para a luz eternal das flores e frutos de plástico.
Pode ir, aceite um ou outro convite. Não estará escolhendo nada.
Nem mesmo escolheu quem disse o
Viver, Sonhar, talvez não mais voltar.
É isso.
Assino.