VAIDADE
Mas como era o poeta,
o poeta criador,
sempre ficava lá fora,
lá fora, cheio de nada,
cegando o apelo do tudo
que só queria morrer.
Faltava só inventar orações adoradoras
por seu incessante criar.
Então inventou as vozes
que não queriam calar,
sem olhos , sem corpo, sem nada...
E o louvavam sem parar.
Por fim, sossegou, exausto,
e dormiu para acordar.